O processo de penetração de um fungicida na folha é através do processo de difusão passiva impulsionada por um gradiente de concentração. Esse processo sofre influência de fatores ligados ao produto, da planta, do ambiente e da tecnologia de aplicação. Ao depositarmos um produto sobre uma folha, as direções que esse produto irá tomar podem ser variáveis. O infográfico abaixo apresenta algumas das direções possíveis para os depósitos de fungicidas sobre uma folha.
Mesmo sendo corretamente aplicado, nem sempre um fungicida é absorvido pela planta. A absorção requer que o produto permaneça na superfície foliar por um período suficiente. Ao atingir a superfície foliar, o produto pode sofrer volatilização (passagem para o estado gasoso) ou lixiviação pela água (lavagem do produto o qual escorre para o solo).
Ao secar a água livre na superfície dos tecidos poderá ocorrer a cristalização das moléculas na superfície foliar. Quanto mais alta temperatura e baixa umidade, mais rápido será esse processo. A cristalização é um processo que pode dificultar a absorção de um produto.
Alguns produtos chamados de contato podem ficar formando uma camada protetora na superfície dos tecidos, alguns fortemente aderidos juntos as ceras epicuticulares, outros ainda podem penetrar na cutícula e interagir com essa camada, porém não são translocados e por isso são considerados não-sistêmicos. Isso comumente ocorre para fungicidas protetores tais como os multissítios clorotalonil, mancozebe e cúpricos.
Alguns produtos podem penetrar na cutícula, passar por ela e ser translocação pelo apoplasto, podendo apresentar movimento apenas em profundidade/translaminar (produtos mesostêmicos) ou podendo atingir o xilema e ser translocado no sentido acropetal (produtos sistêmicos).
Outra rota possível é a penetração na cutícula, passagem por ela, translocação via apoplasto, podendo atingir os vasos do floema e ser translocado no sentido basipetal, de cima para baixo. Para esse caso, foi verificado translocação apenas para o fungicida fosetyl-Al.