As perdas de colheita inevitavelmente ocorrem por inúmeras situações, tanto antes como durante a colheita dos grãos. Fatores como ventos, chuvas, animais, acamamento, dentre outros, podem favorecer a queda de grãos e aumentar as perdas antes da colheita. Já, durante a colheita, fatores como regulagem da máquina, umidade de colheita, ação do operador, dentre outros, interferem na quantidade de grãos perdidos. A determinação das perdas de grãos é prática recomendável na aferição de possíveis falhas no processo de colheita.
Perda total (PTT)
É feita em etapa única, após a passagem da colhedora, demarcar em mais de um ponto na lavoura, escolhidos ao acaso, uma área de 1 ou 2 m² de forma que um dos lados do retângulo seja equivalente à largura de uma passada da colhedora (Figura 1). Recolhe-se os grãos na área demarcada, inclusive aqueles presos às ramificações da panícula, como no caso do arroz, e determina-se a massa desses grãos. Utilizando-se a Equação 1 determina-se assim as perdas em kg/ha.
Perda total (kg ha-1) = 10 x massa dos grãos em g m-1 (Eq 1).
As perdas também podem ser estimadas utilizando a base de cálculo apresentada no Quadro 1, porém para essa base é necessário realizar a contagem dos grãos recolhidos na área demarcada.
A Embrapa, pensando em facilitar o cálculo para determinação das perdas totais criou um copo medidor volumétrico o qual já possui uma graduação específica para cada cultura e ao colocar os grãos amostrados no copo, ele indica diretamente as perdas em sacos/ha (Figura 2). O copo medidor possui graduação específica para o arroz e representa um método simples, prático e preciso de estimar as perdas, que dispensa os trabalhos de contagem e de pesagem dos grãos (Silva, 2018).
Perdas parciais
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As perdas parciais envolvem mais de uma etapa para determinação. A vantagem disso é que poderá ser aferido com maior precisão onde estão as maiores perdas, se antes da colheita, se na plataforma de corte ou após os mecanismos internos da colhedora (Figura 3).
Adaptado de Silveira & Conte (2013).
- Antes da colheita – grãos perdidos em A
- Na plataforma de corte – grãos perdidos em B – A
- Mecanismos internos – grãos perdidos em C – B
Determinação das perdas na plataforma de corte (PPC)
Para essa etapa, no momento da colheita deve-se parar a operação da colhedora e desligar todos os seus sistemas. Na sequência, recuar a máquina a uma distância de uns 4 a 5 m e demarcar uma área de 1 m² à frente dos rastros deixados pelos pneus. Recolhe-se todos os grãos caídos na área amostrada e determina-se as perdas utilizando a base de cálculo da Equação 1, anteriormente descrita. Para maior precisão, esse procedimento deve ser repetido em mais de um local na área.
Perdas nos mecanismos internos da colhedora (PMI)
A perdas devido aos mecanismos internos da colhedora podem ser quantificada subtraindo-se a perda total (PTT) das perdas encontradas na plataforma de corte (PPC) da colhedora.
PMI = PTT – PPC
Como minimizar as perdas
Dentre os diversos pontos que podem contribuir para minimizar as perdas na colheita, a umidade adequada dos grãos é um dos mais importantes. Para a maioria das cultivares de arroz, o teor de umidade ideal dos grãos para serem colhidos deve situar-se entre 18 e 23%. Para cultivares de soja a umidade adequada situa-se entre 13 e 15%. Além disso, uma correta regulagem da máquina e velocidade de deslocamento na colheita são importantes na qualidade da operação.
Material consultado
Silveira JM & Conte O. Determinação de perdas na colheita de soja: copo medidor da Embrapa. Embrapa Soja – Londrina, PR. 2013. 29 p. (Catálogo 05/2013, 2ª impressão).
Silva JG da. A colheita do arroz. Ageitec – Agencia Embrapa de Informação Tecnológica. Acesso em 24 mar de 2018. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fx8sgduq02wyiv80u5vcsvzgcrx9v.html