Introdução
A soja (Glycine max L.) é uma cultura de grande importância econômica para o Brasil, sendo a principal do agronegócio brasileiro. É uma das atividades econômicas que mais cresceu no país, sendo que o “complexo soja” lidera a pauta exportadora nacional em valor. Na safra 21/22 a produção de soja no Brasil foi de 124.047,8 mil toneladas, obtendo uma produtividade média de 3.024 kg/ha, sendo que a área total semeada chegou a 40.950,6 mil hectares (CONAB, 2022).
Em climas temperados ou frios, embora seja hospedeira de diversas pragas, a soja não é tão sujeita a estresses que limitem sua produtividade quanto em climas tropicais. Para solucionar a questão, diversas tecnologias vêm sendo desenvolvidas. Contudo, a diversidade das pragas e a intensidade de sua infestação e de seus danos exige inovações tecnológicas para contornar as ameaças fitossanitárias (GAZZONI, 2018). O uso de inseticidas é fundamental para a cultura da soja, pois a diversidade de pragas que atacam a cultura pode minimizar sua produção drasticamente. Para isso, torna-se necessário o conhecimento sobre seus grupos químicos e modos de ação no inseto e na planta, a fim de estabelecer estratégias de manejos eficazes.
Conhecer os diferentes modos de ação dos inseticidas é essencial para não aplicar repetidamente produtos com o mesmo modo de ação sobre uma mesma praga-alvo, pois essa prática causa a seleção de indivíduos resistentes e afeta a eficiência do ingrediente ativo. Quando surgem populações de insetos resistentes, as consequências são duras para o manejo na lavoura e para o agronegócio, ocasionando o aumento da frequência das aplicações de inseticidas e da dose do produto aplicado e a provável substituição por outro defensivo (CORTEVA, 2020).
Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo trazer informações sobre os grupos químicos e modos de ação de inseticidas utilizados na cultura da soja.
Modo de ação dos inseticidas
O modo de ação é a maneira como cada defensivo agrícola age biologicamente nas pragas, causando diversas reações do início ao fim da atuação do produto. Os inseticidas são divididos em 5 grandes grupos conforme o seu sítio de ação:
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atuam sobre o sistema nervoso e/ou a musculatura;
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afetam o crescimento ou o desenvolvimento;
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atuam no intestino médio;
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atuam sobre o metabolismo respiratório;
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modo de ação desconhecido ou inespecífico.
Os insetos possuem uma sensibilidade especial no sistema nervoso, por isso estes geralmente atuam nessa área, provocando o rompimento temporário do sistema nervoso e causando danos irreversíveis (CORTEVA, 2020). Entre os modos de ação estão os inibidores de acetilcolinesterase (AChE), antagonistas de canais de cloro mediados pelo gaba, moduladores de canais de sódio, agonistas de receptores nicotínicos da acetilcolina, ativadores alostéricos de receptores nicotínicos da acetilcolina, entre outros.
A rotação e a associação de defensivos agrícolas são algumas das principais estratégias de manejo no controle de pragas, justificando a importância de conhecer os modos de ação, evitando aplicar repetidamente produtos com o mesmo modo de ação sobre uma mesma praga-alvo, pois essa prática causa a seleção de indivíduos resistentes e afeta a eficiência do ingrediente ativo (CORTEVA, 2020).
Além do modo de ação que trata de como os produtos causam mortalidade dos insetos, o mecanismo de ação, local onde as moléculas de inseticidas agem no corpo da praga, e o ingrediente ativo, substância química que realmente controla a praga, também são informações essenciais para o manejo de pragas.
Com base nesses conceitos básicos constituem-se os grupos químicos, e para os inseticidas, entre os mais importantes estão: neonicotinóides, piretróides, carbamatos, organofosforados, diamidas, reguladores de crescimento e inseticidas biológicos.
GRUPOS QUÍMICOS
Neonicotinóides
Atuam no …