O material traz as informações necessárias para a correta execução do manejo de N em trigo em diferentes grupos de cultivares, que exigem manejos distintos.
– O nitrogênio;
– Nitrogênio e o rendimento;
– Grupo 1 (Exigentes em Manejo de N);
– Grupo 2 (Respondem ao Manejo de N);
– Grupo 3 (Não respondem ao Manejo de N);
– Tabela de indicação para o manejo de N.
O nitrogênio
O nitrogênio (N) tem forte influência no rendimento das culturas de inverno, especialmente do trigo. A base do sucesso da adubação nitrogenada não é só quantidade de adubo a ser aplicada, mas também a época em que o mesmo é disponibilizado para as plantas. Além disso, seu uso correto na cultura do trigo é específico para cada local, cultivar e nível de fertilidade do solo. O mapa a seguir apresenta as principais regiões de adaptação de trigo.
Nitrogênio e o rendimento
O nitrogênio influencia o rendimento do trigo de três maneiras: no número de espigas, no tamanho da espiga e no número e peso dos grãos. Além disso, ele é a matéria-prima para a formação de proteínas no grão de trigo. Portanto, é responsável ela determinação da qualidade (W – força de glúten) do trigo. Dependendo da cultivar, quanto maior for a porcentagem de proteína no grão, maior será a força de glúten.
Nem todas as cultivares de trigo respondem da mesma maneira ao manejo de nitrogênio, podendo ser divididas em grupos de manejo, de acordo com a resposta de cada cultivar ao manejo do nutriente na fase de emborrachamento ou pré-espigamento.
Grupo 1 (Exigentes em Manejo de N)
São cultivares que necessitam de manejo de nitrogênio diferenciado, ou seja, aplicação de no mínimo 33 kg de N no emborrachamento. Normalmente são trigos com alto potencial de rendimento e a resposta deste manejo é a melhora na porcentagem de proteína no grão e na força de glúten (W).
Grupo 2 (Respondem ao Manejo de N)
São cultivares que não dependem de manejo de nitrogênio, pois entregam qualidade em condições normais de cultivo. Cultivares desse grupo, apesar de não dependerem, se submetidas à aplicação de N na fase de emborrachamento, respondem sob forma de mais proteína e mais força de glúten.
Grupo 3 (Não respondem ao Manejo de N)
São cultivares que não necessitam de manejo de nitrogênio (aplicação no emborrachamento) e, por enquanto, não tem boa resposta se manejadas. Cultivares desse grupo geneticamente tem alta porcentagem de proteína e força de glúten mais estável.
Abaixo se encontram uma sugestão de posicionamento de aplicação de nitrogênio e uma indicação simplificada de manejo de nitrogênio visando produtividade com qualidade industrial:
Tabela de indicação para o manejo de N
– Legenda da tabela 1:
Essencial: é a fase do ciclo da cultua em que não deve faltar adubação para que não comprometa o potencial de rendimento das cultivares.
Variável: assumindo que o solo provê 25 kg de N por hectare, calcular que a soma do N do solo mais o N aplicado ofereçam 30 kg de N por tonelada a ser produzida. Adicionar 10 kg por tonelada quando cultivar trigo após milho.
Indicada: em condições normais desta região, esta aplicação adicional é economicamente viável com base no rendimento de grãos e na melhor utilização do N aplicado.
Aconselhável: é aconselhável fazer mais esta aplicação sempre e quando a dose a ser aplicada, a condição de aplicação e o potencial produtivo forem favoráveis, visando principalmente o aumento do rendimento de grãos.
Raramente necessária: na maioria dos anos, não é necessária para obter produtividade e qualidade desejadas, desde que executadas apropriadamente as aplicações Essenciais.
Como regra geral, as condições de aplicação são mais favoráveis à absorção de nitrogênio pela cultura de trigo do que o momento exato previsto para aplicar. Quanto melhor a distribuição da disponibilidade de N durante o desenvolvimento da cultura, da emergência à floração, melhores serão os resultados obtidos.