O milho (Zea mays L.) é um dos cereais de maior importância no mundo. Além de ser a principal fonte de alimento para criações, principalmente de suínos e aves, é também utilizado na alimentação humana, servindo de matéria-prima para produtos industrializados, como cola, óleo, álcool, bebidas, entre outros.
Dentre os fatores que afetam a produtividade em lavouras de milho, destaca-se a competição imposta por plantas daninhas, as quais causam, em média, uma diminuição de 8 a 18% na produtividade de milho (Chandler et al., 1984), dependendo do sistema de produção e das espécies presentes. Isso se deve ao fato de que as plantas daninhas competem eficientemente por recursos necessários às plantas de milho, como luz solar, nutrientes, água e gás carbônico; algumas espécies podem ainda causar problemas durante a colheita. Abaixo conheceremos melhor as espécies de plantas daninhas comumente encontradas em lavouras de milho.
Plantas daninhas comuns ao cultivo do milho
As plantas daninhas, de modo geral, utilizam melhor os recursos disponíveis e são mais agressivas que as plantas cultivadas, apresentando rápida germinação e crescimento inicial, sistema radicular abundante, e grande capacidade de absorver água e nutrientes do solo. Outro fator importante que difere as plantas daninhas das cultivadas é sua grande produção e disseminação de sementes.
As principais espécies de plantas daninhas que ocorrem nas áreas cultivadas com milho são:
- Monocotiledôneas – Brachiaria plantaginea (papuã ou capim-marmelada), Brachiaria decumbens (capim-braquiária), Digitaria (capim-amargoso, capim-colchão, milhã), Eleusine indica (capim-pé-de-galinha).
- Dicotiledôneas – Amaranthus (caruru), Cardiospermum halicacabum (balãozinho), Bidens spp. (picão-preto), Euphorbia heterophylla (leiteiro, amendoim-bravo), Ipomoea spp. (corda-de-viola, corriola), Raphanus raphanistrum (nabiça), Richardia brasiliensis (poaia-branca), Commelina spp. (trapoeraba), Sida spp. (guanxuma).
Em geral, as espécies monocotiledôneas são as que causam maiores prejuízos ao rendimento do milho, se comparadas às espécies dicotiledôneas.
Controle químico na cultura do milho
Tendo em vista o grande potencial de perdas produtivas no milho devido à competição com plantas daninhas, é extremamente necessário implementar estratégias para o manejo destas invasoras em lavouras deste cereal. O controle químico realizado por meio do uso de herbicidas é a modalidade mais comumente empregada. Entretanto, o uso de herbicidas (por definição, “matadores de planta”) depende de conhecimento técnico elevado para evitar danos à cultura, como a fitotoxicidade.
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Assim, para a realização do controle químico na cultura do milho, é necessário levar em conta algumas considerações, como conhecer a seletividade do herbicida para a cultura e a eficiência no controle das principais espécies daninhas da área.
Os herbicidas utilizados no controle químico da cultura do milho podem ser classificados segundo a época de aplicação, a atividade, a seletividade e o modo de ação.
Época de aplicação:
Herbicidas de pré-emergência: são aplicados após o plantio do milho, antes da emergência da cultura e das plantas daninhas. São eles os inibidores da fotossíntese – fotossistema II (triazinas), inibidores da divisão celular (cloroacetaminas), e inibidores da biossíntese do caroteno (isoxazoles).
Herbicidas de pós-emergência: são aplicados após a emergência das plantas daninhas e da cultura, devendo-se evitar a aplicação em condições de estresse da planta para assegurar plena seletividade. Nesta classe, incluem-se os inibidores da enzima ALS (como as sulfonilureias), inibidores da enzima protox (triazoline), inibidores da biossíntese de caroteno (tricetonas), auxinas sintéticas (2-4 D), inibidores do fotossistema I (bipiridílio), e inibidores da fotossíntese – fotossistema II (benzothiadiazinona).
Atividade:
Sistêmico: são os herbicidas que após a absorção, requerem translocação e movimentação dentro da planta para que o ingrediente ativo herbicida atinja seu alvo e atue de forma eficiente.
Contato: atuam pelo contato com as plantas, não havendo translocação dentro delas após a absorção.
Seletividade:
Os herbicidas podem ser seletivos ou não seletivos. Os seletivos podem ser aplicados sob as plantas de milho, pois esta apresenta tolerância a eles. Já os herbicidas não seletivos, quando aplicados na cultura, podem causar fitotoxicidade e morte de plantas, e para seu uso, deve-se atentar para que não entrem em contato com o milho.
As vantagens no controle químico de plantas daninhas da cultura do milho.
O controle químico de plantas daninhas da cultura do milho apresenta algumas vantagens em relação a outros métodos. Entre as diversas vantagens, podemos citar a alta eficiência e rapidez, evitando a competição de plantas daninhas desde a implantação da cultura, não causando danos às raízes das plantas e controlando plantas daninhas na linha de plantio.