Nesse material você vai conhecer um pouco mais sobre:
- Agentes do controle microbiano.
- As limitações no uso dos agentes microbianos.
- Fatores ambientais que limitam a utilização dos agentes.
Controle microbiano versus fatores ambientais
O controle microbiano de pragas utiliza bactéria, fungos, vírus e nematoides no controle de insetos e ácaros de importância agrícola, de acordo com exigências do MIP (manejo integrado de pragas), minimizando a utilização de produtos químicos. Esta alternativa tem se mostrado uma tática agrícola fundamental pela eficiência, facilidade de utilização, preservação de inimigos naturais e redução do impacto sobre o ambiente.
A utilização desse agente, apesar de apresentar vantagens e eficiência, apresenta grande sensibilidade a fatores como radiação UV, temperaturas elevadas e baixa umidade, o que tem interferido tanto na melhor aceitação dos produtos desenvolvidos a partir desse agente, quanto na eficácia destes produtos. A dificuldade de adequação de formulações que forneçam uma proteção contra esses fatores abióticos tem feito com que esses entomopatógenos tenham pouca persistência em campo.
Os estudos que demonstram a sensibilidade de Bacillus thuringiensis a fatores climáticos iniciaram em 1966, com a avaliação do efeito da luz solar sobre a viabilidade de Bt bioinseticida. Os esporos desta bactéria perdem rapidamente a viabilidade quando expostos à luz solar. O mesmo ocorre nos fungos entomopatogênicos, que apesar de serem muito presentes em amostras de solos, apresentam baixa persistência quanto à efetividade de controle de pragas, devido a esses fatores que afetam diretamente a produção de conídios viáveis que são a estrutura responsável pela infecção dos hospedeiros.
Os entomopatógenos, de modo geral, necessitam de condições favoráveis para seu desenvolvimento, como temperaturas entre 25 e 27°C e umidades em torno de 60%. A ação de altas temperaturas e baixa umidade não favorecem o desenvolvimento dos entomopatógenos, afetando diretamente a ação patogênica. A radiação solar UV pode provocar aquecimento e dessecação das estruturas de reprodução, além de danos letais ao DNA, proteínas, biomembranas, RNA, ribossomos e mutações, consequentemente provocando atraso na germinação, inativação de conídios e redução da atividade inseticida.
A temperatura é outro fator importante que atua sobre os patógenos afetando a produção, a estabilidade na estocagem e a patogenicidade nas condições de campo, esse fator torna-se ainda mais importante, tendo em vista a incapacidade dos patógenos de se protegerem das variações de temperatura. A umidade parece ser a mais importante limitação climática. Estudos de fatores abióticos sobre a reciclagem de uma linhagem fúngica altamente virulenta mostram que a umidade elevada favorece o desenvolvimento fúngico. Porém, em umidades acima de 98%, o fungo não tem atividade inseticida.
Os demais entomopatógenos, como vírus e nematoides, são afetados de maneira muito parecida. Os vírus podem se desidratar perdendo a eficiência e os nematoides requerem muita umidade, visto que é o meio de locomoção para promover a ação patogênica. Logo, a adequação de formulações que protejam esses entomopatógenos é de suma importância para melhor ação e eficiência em campo.