Fedegoso também conhecido por mata-pasto-liso
Neste material, você vai conhecer um pouco mais sobre:
- – Características do fedegoso
- – Perdas em soja por competição com o fedegoso
- – Controle químico
O fedegoso (Senna obtusifolia L. H. S. Irwin & Barneby), também conhecido por mata-pasto-liso e fedegoso-branco, é uma planta daninha da família Fabaceae perene, arbustiva e lenhosa, que pode chegar a 1,6 metros de altura e que se reproduz via sementes.
Essa planta é invasora de várias culturas além da soja, como arroz irrigado, pastagens, cana-de-açúcar, frutíferas e arbóreas.
Em um estudo elaborado por Voll e colaboradores (2002), para cultivares de soja Embrapa-48 e Embrapa-62, 1 planta de fedegoso por m² causa 8% de perdas de produtividade; já com 10 plantas por m², as perdas chegam a 39%. Nesse mesmo estudo, as plantas daninhas capim-marmelada, corda-de-viola, amendoim-bravo e fedegoso foram comparadas quanto à sua capacidade de competição relativa com a cultura da soja, em termos de produtividade. Nesse aspecto, o fedegoso mostrou-se o mais competitivo entre as quatro invasoras avaliadas, revelando o potencial de perda que pode causar às lavouras de soja.
Assim, o controle do fedegoso é fundamental quando se pretende manter o potencial produtivo da lavoura e evitar perdas de produtividade da lavoura por competição. Porém, herbicidas como o glifosato, amplamente utilizado no controle de plantas daninhas, apresentam controle insatisfatório sobre o fedegoso, como Almeida Jr. et al. (2010) observaram em seu trabalho. Logo, é preciso buscar alternativas para o controle eficiente desta planta daninha.
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Neste cenário, o uso de pré-emergentes foi testado por Araújo e colaboradores (2018), que obtiveram sucesso com o estudo de metribuzin (dose de 480 g ha-1), o qual inibiu em 100% o estabelecimento das plantas de fedegoso, mostrando-se uma alternativa eficiente. Esse trabalho ainda concluiu que o fedegoso é tolerante ao glifosato em seus estádios de desenvolvimento mais avançados, conseguindo o controle de 80 % com a dose de 427 g e.a. ha-1, que é abaixo da dose recomendada (960 g e.a. ha-1) para plantas em estádio inicial de desenvolvimento, destacando a necessidade de controle nas fases de desenvolvimento iniciais do fedegoso.
Para o controle químico, ainda há a possibilidade de uso de Chlorimuron-ethyl, em plantas de fedegoso de até 2 folhas, e em lavouras de soja com bom desenvolvimento; de Flumetisulan (BARROS, 2011); além de inúmeros outros herbicidas, já que, atualmente, existem 200 produtos comerciais registrados para o fedegoso no Ministério da Agricultura (2020).
Referências
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. AGROFIT: Sistema de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 16 dez. 2020.
ALMEIDA JÚNIOR, J. J.; BARROSO, A. L. L.; SILVA, A. G.; PROCÓPIO, S. O. Utilização de glyphosate associado a herbicidas aplicados em pós-emergência na cultura da soja geneticamente modificada. Revista Brasileira de Herbicidas, v. 9, n. 3, p. 100-108, set./dez. 2010.
ARAÚJO, L. S; LIMA, R. J. N.; OLIVEIRA, D. A. G.; PAGENOTTO, A. C. V. Tolerância do fedegoso ao glyphosate e alternativas de controle. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SOJA, 8., jun. 2018, Goiânia-GO. Anais […]: Inovação, tecnologias digitais e sustentabilidade da soja. Embrapa: Brasília, DF, 2018.
BARROS, R. Capítulo 7: Plantas Daninhas na Cultura da Soja. In: FUNDAÇÃO MS. Tecnologia e Produção: Soja e Milho 2011/2012. Maracaju: Fundação MS, 2012. p. 147-154.
LORENZI, H. Manual de controle de plantas daninhas: plantio direto e convencional. 7 ed. Nova Odessa: Ed. Plantarum, 2000.
VOLL, E.; GAZZIERO, D. L. P.; BRIGHENTI, A. A. M.; ADEGAS, F. S. Competição relativa de espécies de plantas daninhas com dois cultivares de soja. Planta Daninha, Viçosa, MG, v. 20, n. 1, p. 17-24, 2002.