O controle biológico está cada vez mais em voga nos últimos anos. Este tipo de controle se tornou uma alternativa de manejo muito importante no controle de pragas, que pode complementar o manejo químico, já muito utilizado.
Estima-se que em todo o mundo aproximadamente 350 espécies de inimigos naturais estejam disponíveis para o controle biológico de invertebrados (Van Lenteren et al., 2018). O gráfico 1 demonstra a percentagem de estudos com cada organismo neste tipo de controle. No Brasil fungos, bactérias e vírus representam a maior parcela de produtos comercializados no controle biológico de pragas.
O aumento do uso destes produtos se deve principalmente:
- Resistência de insetos a inseticidas;
- Barreiras a utilização de alguns produtos;
- Exigência do consumidor (fomento por produtos orgânicos);
- Impactos gerados pela agricultura convencional;
- Surgimento de nova legislações.
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Entretanto, na prática, sua utilização ainda representa uma pequena parcela quando comparado ao controle químico. Isto está atrelado principalmente à escassez de informações acessíveis sobre o controle biológico, que configura o principal obstáculo. A agricultura dentro deste contexto está passando por uma grande mudança, e busca cada vez mais a sustentabilidade do sistema de produção.
É importante identificar a melhor estratégia dentro do controle biológico, a fim de o adaptá-lo para a área de cultivo. O controle biológico, segundo Redfield (1958) e Barratt et al. (2018) de pragas é dividido em:
Clássico: quando o objetivo é controlar uma praga invasora através da introdução de um organismo, a longo prazo.
Aplicado ou aumentativo: consiste na liberação inundativa de inimigos naturais na área de cultivo. É o mais utilizado e aceito.
De conservação ou natural: consiste na preservação dos inimigos naturais na área de cultivo.
Além desta divisão, cada organismo escolhido tem sua especificidade. O sucesso obtido com a utilização de um ou outro antagonista no controle biológico de pragas depende de uma série de cuidados:
- Conhecimento do alvo e de seu antagonista;
- Especificidades do agente utilizado;
- Origem;
- Associações com outros produtos químicos;
- Momento ideal para aplicação do agente;
- Intervalo de aplicações;
- Condições climáticas.
Pontos estes e entre outros motivos vão muito além da escolha do melhor antagonista. É muito importante destacar que a ação de biológicos, em pragas, é normalmente mais lenta que a de produtos químicos, desta forma suas ações não devem ser comparadas. O controle biológico tem ação a longo prazo e deve ser construído na área de cultivo, a fim de usar a natureza a favor do sistema de produção.