A broca, Hypothenemus hampei, é um pequeno besouro (Ordem Coleoptera) nativo da África, que se alimenta da semente do café e constitui-se em uma importante praga da cultura do cafeeiro, reduzindo sua produtividade e, também, comprometendo a sua qualidade.
O ciclo de vida da praga é de aproximadamente 30 dias, a contar da postura dos ovos, passando pelo estágio de larva até chegar à formação de um novo adulto (Figura 1).
O ataque aos frutos começa a ocorrer nos meses de novembro e dezembro, dependendo da altitude, pois podemos ter influência do clima e da altitude no acontecimento desta florada. Nesta época, os frutos estão na fase chamada de chumbão, sendo suscetíveis ao ataque da fêmea, única responsável pelos danos. Ela faz uma perfuração próxima à coroa do fruto, e abre uma pequena galeria chamada de câmara de postura.
Um dos problemas da broca, é que ela sobrevive nos frutos que ficam ao chão após a colheita. Outro, é que suas galerias favorecem a entrada de patógenos que provocam a fermentação do grão. Nesse caso, o café deixa de ser classificado como brocado e passa a ser classificado como ardido. Em relação à quantidade, os prejuízos acontecem pela queda de frutos e redução de até 20% do peso da saca pós-beneficiamento.
O primeiro passo para o controle da broca é saber o nível de infestação na lavoura mediante amostragem de grãos, quando os frutos da primeira florada já atingiram o tamanho em que a broca ataca (Chumbão). Essa informação é importante para realizar o Manejo Integrado da praga. Esta é a melhor forma de controle e utiliza a integração de várias técnicas diferentes:
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- Controle Cultural: promover a nutrição adequada e equilibrada do cafeeiro, manter corredores ecológicos, e realizar o repasse após a colheita, evitando assim que o grão de café permaneça sobre o solo.
- Controle por Comportamento: uso de armadilhas com feromônio, que atrai a broca-do-café.
- Controle Biológico: manter os parasitoides de ocorrência natural, utilizar os entomopatógenos com destaque para o fungo Beauveria bassiana.
- Controle Químico: deve ser empregado apenas quando a praga atingir o nível de controle (NC) e ser escolhido de acordo com estes 4 pontos: ter menor impacto para o meio ambiente; ser seletivo para polinizadores e inimigos naturais do controle biológico; ser seguro para o aplicador e o consumidor; e ser compatível com outros métodos de controle do manejo integrado e ter um efeito eficaz.