O controle biológico de pragas consiste na regulação populacional, seja de plantas ou animais, por inimigos naturais. É quando um organismo preda outro organismo.
Nesse material, você vai saber mais sobre:
- Tipos de controle biológico;
- Exemplos de predadores, parasitoides e entomopatógenos;
- Quais fatores devem ser observados ao implantar o controle biológico na sua lavoura.
Inimigos naturais utilizados no controle biológico de pragas
Predadores:
Geralmente são maiores do que suas presas e de vida livre durante todo seu ciclo, alimentando-se de várias presas para completar seu ciclo. São exemplos de predadores: tesourinha (Doru spp.) (Figura 1), joaninha (Cycloneda sanguínea), bixo-lixeiro (Chrysoperla externa) e também percevejos, como o Orius insidiosus e o Podisus nigrispinus (Figura 2).
Parasitoides:
Parasitam o hospedeiro causando sua morte até o final do seu ciclo de vida. Neste sistema, ambos são insetos. Dentro do grupo de parasitoides, a ordem Hymenoptera é maioria. Alguns exemplos de inimigos naturais parasitoides são: Trichogramma, Cotesia flavipes, C. congregata (Figura 3) e Ageniaspis citricola.
Entomopatógenos:
Constituem microrganismos que causam doenças aos insetos e ácaros-praga, levando-os à morte. São os fungos como Metarhizium anisopliae, Beauveria bassaiana e Nomuraea rileyi (Figura 4); bactérias como Bacillus thuringiensis e Bacillus sphaericus; e vírus como os baculovírus, destacando-se os nucleopoliedrovirus (VPN) e os granulovírus (VG).
Tipos de controle biológico
O controle biológico é dividido em quatro tipos:
Controle biológico clássico:
É definido pela importação e colonização de inimigos naturais visando o controle de pragas exóticas (eventualmente nativas). Ou seja, busca-se, geralmente na região de origem da praga-alvo, um agente biológico que seja efetivo no seu controle, introduzindo-o em pequena quantidade na lavoura. Se aplica às culturas perenes ou semiperenes.
Controle biológico natural:
São as populações de inimigos naturais que já existem no ecossistema. Devem ser preservadas através de práticas culturais adequadas, como usar produtos fitossanitários seletivos na época adequada, evitar práticas culturais inadequadas e preservar os habitats ou fontes de alimentação dos inimigos naturais.
Controle biológico aplicado:
Consiste na liberação inundativa, ou seja, de grande número de inimigos naturais em determinada cultura. A criação massal é feita em laboratório, e visa a rápida redução da população de pragas.
Manejo externo:
Não se enquadra nas divisões anteriores e é uma tecnologia nova. É feito pela liberação do inimigo natural fora da área cultivada, onde muitas vezes a aplicação de agrotóxicos é muito grande. Este inimigo natural se multiplica, reduzindo a população da praga ao redor das lavouras. Esse método está sendo empregado com sucesso na cultura citrícola, com o uso de Tamarixia radiata no controle de Diaphorina citri.
Fatores a serem considerados para a implantação do controle biológico de pragas.
O controle biológico de pragas torna-se cada vez mais importante, devido à demanda por alimentos mais seguros e sem resíduos de agrotóxicos.
Na implantação do controle de pragas, os fatores a considerar são:
- Qual é a praga-chave;
- Uso de inseticidas não seletivos e momento correto de aplicação;
- Condições climáticas (liberação nos períodos mais frescos do dia);
- Fatores da planta (pilosidade da folha pode dispersar os inimigos naturais);
- A quantidade de inimigos naturais a ser liberado depende da densidade populacional da praga;
- O número de pontos de liberação está relacionado com a capacidade de dispersão do inimigo natural;
- Para a manutenção do inimigo natural na área de dispersão, deve-se fornecer fontes alternativas de alimento e refúgios para sua reprodução.
Vantagens e desvantagens do controle biológico de pragas.
Entre as vantagens do controle biológico de pragas podemos citar que ele é mais barato que o controle químico (depois de implantado), é seletivo sobre a espécie considerada praga, e seu efeito pode ser mais prolongado do que o controle químico, apresentando baixo impacto ambiental, além da resistência das pragas-alvo ser praticamente nula.
Em contrapartida, o controle biológico de pragas exige qualificação técnica para sua difusão, a falta de recursos limita a sua implantação, e sua ação tende a ser mais lenta que o controle químico. A existência de várias pragas na cultura também pode limitar o programa, além de ser sensível aos fatores abióticos.