Ir para o conteúdo
Logo Elevagro
  • Quem Somos
  • Planos
  • Aprenda

    Cursos

    Diversos cursos dedicados ao agronegócio para aprimorar suas habilidades Saiba mais

    Trilhas

    Jornadas guiadas de aprendizado para você se especializar na sua área Saiba mais

    Plataforma de cursos

    A maior plataforma de cursos por assinatura especializada no agronegócio Saiba mais

    Veja também:

    Especialização
    Pós graduação
    Elevagro Corporate
  • Conteúdos
    Blog
    Materiais gratuitos
  • Login
Conheça a plataforma
Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.
Login

Início / Buva: resistência a herbicidas e manejo

  • Controle Biológico, Controle Químico, Plantas Daninhas
  • 05/06/2022

Buva: resistência a herbicidas e manejo

Sumário

Neste material você vai entender um pouco mais sobre as características e o impacto da buva na produtividade da soja, além de entender a resistência da buva a herbicidas e o manejo adequado. Continue lendo!

Características e impacto da buva na produtividade da soja

A buva é uma planta anual ou bianual da família Asteraceae e constitui uma das principais plantas daninhas que ocorrem na cultura da soja. As três espécies da buva com importância no Brasil incluem Conyza bonariensis, C. canadensis e C. sumatrensis. Essas plantas apresentam o hábito de crescimento ereto, atingindo até 2,5m de altura. Cada planta pode produzir mais de 200 mil sementes, as quais são facilmente disseminadas pelo vento. As sementes germinam em temperaturas entre 20 e 25ºC e sua germinação é dependente de luz (fotoblástica positiva).

Perdas elevadas de produtividade têm sido observadas mesmo sob as baixas densidades da buva nas fases iniciais da cultura da soja. Estudos conduzidos pelo grupo Supra Pesquisa mostraram reduções que variaram de 14% (9,4 sc/ha) a 59% (40,1 sc/ha), com populações de uma a dez plantas da buva/m2, respectivamente.

Resistência da buva aos herbicidas

O desenvolvimento dos materiais da soja tolerantes ao glifosato (Roundup Ready, RR), trouxe muitos benefícios ao sistema de produção, viabilizando a semeadura direta e reduzindo as perdas causadas pela matocompetição, por possibilitar o uso de um herbicida não seletivo em pós-emergência. Contudo, o uso do glifosato como única ferramenta de controle das plantas daninhas e as aplicações do herbicida em doses inadequadas sobre plantas em estágios de desenvolvimento avançados, contribuiu para que algumas, incluindo a buva, se tornassem ainda mais resistentes.

O primeiro relato de resistência da buva ao herbicida inibidor da enzima enol-piruvil-chiquimato-fosfato sintase (EPSPS, glifosato) no Brasil, ocorreu em 2005. Desde então, plantas de buva resistentes a outros mecanismos de ação, incluindo herbicidas inibidores da acetolactato sintase (ALS, clorimuron-etílico), do fotossistema I (paraquat, Figura 1), do fotossistema II (diuron), da protoporfirinogênio oxidase (PROTOX, saflufenacil) e mimetizadores da auxina (2,4-D), foram registradas. Dessa forma, a buva apresenta resistência a pelo menos seis mecanismos de ação. Além da identificação das plantas da buva resistentes a um único mecanismo de ação, existem biótipos com resistência múltipla, ou seja, genótipos que apresentam resistência a diferentes mecanismos de ação (Figura 2).

C:ARQUIVOS DEBONAUTFPRLab MeetingPostagens ProteCrop20220224_084831.jpg
Figura 1. Planta da buva suscetível (esquerda) e resistente (direita) ao herbicida paraquat, que teve seu uso banido recentemente. Fonte: autor.
C:ARQUIVOS DEBONAUTFPRLab MeetingPostagens ProteCropLinha do tempo buva.jpg

Figura 2. Linha do tempo mostrando a evolução das plantas da buva (Conyza spp.), resistentes aos herbicidas e com diferentes mecanismos de ação. Os sinais positivos (+) indicam biótipos com resistência a mais de um mecanismo de ação (resistência múltipla). Fonte: Adaptado de WeedScience.

Manejo antirresistência

A adoção do manejo integrado, ou seja, de múltiplas estratégias de controle, é de suma importância para evitar o aumento da frequência dos biótipos da buva resistentes a herbicidas, além de conter a disseminação desses biótipos para outras áreas Entre as práticas de manejo, destacam-se as seguintes:

Monitoramento da área

Plantas com suspeita de resistência devem ser arrancadas e destruídas, a fim de evitar a produção das sementes e sua subsequente disseminação para outras áreas.

Rotação dos mecanismos de ação

Herbicidas com diferentes mecanismos de ação devem ser utilizados a fim de diminuir a pressão da seleção para a resistência. Nesse caso, o uso dos herbicidas pré-emergentes têm um papel fundamental, pois existe uma escassez das ferramentas de controle em pós-emergência na soja. A rotação das culturas é uma medida importante, por viabilizar o uso dos herbicidas diferentes daqueles empregados na soja;

Manejo de inverno

O cultivo dos cereais de inverno, comuns no sul do Brasil, também permite o uso de herbicidas com diferentes mecanismos de ação, com destaque para iodosulfuron-metílico, metsulfuron-metílico e 2,4-D, em áreas onde biótipos resistentes a esses ingredientes ativos não estejam presentes;

Controle cultural

O cultivo das plantas que produzem elevada quantidade de palha na entressafra da soja, principalmente as gramíneas, diminui o fluxo de emergência da buva, em virtude dessa planta daninha ser fotoblástica positiva.

Limpeza de máquinas

Embora o vento possa disseminar as sementes da buva a longas distâncias, máquinas e equipamentos agrícolas, incluindo tratores, semeadoras e colhedoras, constituem importantes agentes de disseminação, transportando sementes entre as lavouras de uma mesma região ou mesmo entre regiões. Portanto, torna-se imprescindível a sua limpeza antes da realização das operações em novas áreas.

Referências

Heap, I. The International Herbicide-Resistant Weed Database. Online. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso: 10 de março de 2022.

Foto de Dr. Daniel Debona

Dr. Daniel Debona

Professor Adjunto da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR-Campus Santa Helena). Graduado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria (2010), Mestre (2012), Doutor (2016) e Pós-doutor (2018) em Fitopatologia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), com período sanduíche na Louisiana State University (2015). Master em Tecnologia Agrícola na cultura da Soja pelo CESB (2021), Atuo na área de Fitopatologia, com ênfase em manejo integrado de doenças em grandes culturas. Investigo aspectos bioquímicos, fisiológicos, microscópicos e moleculares de interações planta-patógeno, incluindo arroz-Bipolaris oryzae, trigo-Pyricularia graminis-tritici, feijoeiro-Sclerotinia sclerotiorum,-Xanthomonas axonopodis, soja-Corynespora cassiicola, -Cercospora sojina, -Sclerotinia sclerotiorum, -Phakopsora pachyrhizi. Realizo pesquisas para otimizar a potencialização dos mecanismos de defesas de plantas a patógenos mediada pela nutrição mineral. O efeito fisiológico de e a resistência de fungos a fungicidas, bem como a indução de resistência de plantas a patógenos também têm sido alvo de minhas pesquisas.
Ver outros conteúdos deste autor

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Não deixe sua carreira para depois

Experimente agora e conheça todas as funcionalidades e benefícios da plataforma Elevagro.

Conheça a plataforma

Enriqueça seu conhecimento sobre o campo

Acesse gratuitamente os materiais ricos exclusivos da Elevagro.

VEJA TAMBÉM

Bactérias fitopatogênicas: o que são e como lidar
  • Doenças
  • 27/01/2025

Bactérias fitopatogênicas: o que são, suas caracterí...

As bactérias fitopatogênicas representam um desafio significativo para a produção agrícola global. Essas bactérias podem causar doenças que afetam a...

Ver mais
Germinação de sementes: o que é e como ocorre
  • Sementes
  • 13/01/2025

Germinação de sementes: o que é e como ocorre

A semente tem a função de perpetuação e multiplicação das espécies. É o elemento principal no estabelecimento, expansão, diversificação e...

Ver mais
Tendências do agronegócio para 2025
  • Mercado, Produtividade
  • 16/12/2024

Tendências do agronegócio 2025: tudo que você precis...

Com uma previsão de aumento para 8 bilhões de pessoas no mundo em 2050, o cenário atual da agricultura exige...

Ver mais
Ver mais artigos

Expanda seu conhecimento. Explore nossos cursos do agronegócio.

Confira os cursos
Logo Elevagro
Conhecimento que transforma a produtividade do agronegócio.
  • INSTITUCIONAL
  • Quem somos
  • Perguntas frequentes
  • Termos de uso e serviços
  • Política de privacidade
  • APRENDA
  • Cursos
  • Trilhas
  • Plataforma de cursos
  • Especialização
  • Pós-graduação
  • Elevagro Corporate
  • CONTEÚDOS
  • Blog
  • Seja um criador de conteúdo
  • CONTATO
  • Fale conosco
  • relacionamento@elevagro.com
  • (51) 9 9879-4278
  • Trabalhe conosco
Logo Google
WebShare a SEO First company © Copyright - Elevagro - Todos os direitos reservados