O uso da Biotecnologia
Neste material, você vai conhecer um pouco mais sobre:
- O que é biotecnologia
- Os números atuais
- As biotecnologias agrícolas
- Novidades sobre o tema
A biotecnologia pode ser definida como um conjunto de técnicas de manipulação de seres vivos ou parte desses, que tem como principal objetivo os fins econômicos. Inclui técnicas que são utilizadas na agricultura desde o início do século XX, como a cultura de tecidos, a fixação biológica do nitrogênio e o controle biológico de pragas. Na biotecnologia também podemos incluir técnicas modernas de modificação direta do DNA de uma planta ou de um organismo vivo qualquer, por exemplo.
Atualmente, segundo a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, temos plantas geneticamente modificadas aprovadas para comercialização das seguintes culturas: soja, milho, algodão, feijão, eucalipto e cana-de-açúcar. Com 17 registros de transgenias aprovadas para comercialização para a soja, 52 para o milho, 22 para o algodão, 1 para o feijão e 1 para o eucalipto, além de 5 para a cana-de-açúcar. No total, são 98 Organismos Geneticamente Modificados (OMGs) com registro.
Biotecnologias agrícolas
- RNA de interferência (RNAI):
Essa técnica foi utilizada no feijão resistente ao vírus do mosaico dourado, desenvolvido pela EMBRAPA, liberado para cultivo comercial no Brasil. Ela ocorre naturalmente em organismos vivos, selecionando ou destruindo um gene e impedindo-o de produzir determinada proteína ou enzima prejudicial ao organismo.
- Edição de genoma:
Essa técnica utiliza proteínas que possuem a capacidade de “cortar” uma determinada sequência de DNA com facilidade e precisão. Surge como alternativa ao método da transgenia e assegura uma produção sustentável de alimentos, pois não precisa da transferência de genes de uma espécie para outra.
- Alternativas à quebra de resistência:
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Alternativas têm sido propostas, principalmente no que diz respeito à capacitação do produtor em relação ao manejo ideal e a importância de medidas como o refúgio.
O uso de feromônios que consigam “repelir” insetos, e o biocontrole que é feito através da utilização de outras espécies não prejudiciais de insetos, que são predadoras de pragas das culturas de interesse comercial, fungos e bactérias, também são utilizados.
- Utilização de plantas como biofábricas:
Há grande interesse de indústrias na utilização de plantas para a produção de compostos para fármacos, combustíveis e outras substâncias. Através de plantas transgênicas podem ser produzidos novos polímeros, dando origem a plásticos biodegradáveis, papéis, detergentes etc.
Os nutracêuticos podem ser obtidos e isolados de plantas transgênicas. Nesta categoria, podemos destacar os aminoácidos, as vitaminas, os antioxidantes e os minerais. Também podem ser produzidos biodiesel e biocombustíveis pela utilização de técnicas de biotecnologia na produção de plantas.
Novidades
- Na tabela atualizada no fim de 2020 pela CTNBio – Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, consta um OMG para a soja com tolerância a herbicida e seca, sem denominação. Porém, este lançamento aqui no Brasil depende de aprovações dos principais países importadores de grãos de soja.
- Em agosto de 2020 foi lançada para o algodão a biotecnologia que contém as proteínas Cry1F, Cry1Ac e Vip3A das bactérias Bacillus thuringiensis, oferecendo proteção contra várias lagartas responsáveis por grandes perdas produtivas na cultura.
A biotecnologia é uma forte aliada na busca por soluções de problemas e empecilhos que limitam a produção, contribuindo assim para o aumento de produtividade das lavouras. Entretanto, além de trazer novas oportunidades, a biotecnologia traz também desafios no uso consciente que promove a longevidade destas tecnologias.
Referências
BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação. Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. Resumo Geral de Plantas Geneticamente modificadas aprovadas para Comercialização. Atualizado em 7 dez. 2020. (tabela). Disponível em: http://ctnbio.mctic.gov.br/documents/566529/1684467/Tabela+de+Plantas+Aprovadas+para+Comercialização/. Acesso em: 2 fev. 2021.