Crestamento bacteriano (Pseudomonas savastanoi pv. glycinea)
O agente etiológico da doença é uma bactéria transmissível via semente e permanência latente em restos culturais. A bacteriose ataca folhas, mas pode ser encontrada em outras partes da planta como vagens, hastes e pecíolos. O crestamento-bacteriano é endêmico e ocorre em todas as regiões onde se cultiva soja. Resíduos culturais de plantios anteriores e do próprio solo e sementes infectadas e não tratadas são os maiores disseminadores da doença.
Sintomatologia
O diagnóstico em folhas é evidenciado por pequenas manchas de aparência translúcida circundadas por um halo de coloração verde-amarelado. Com a evolução da doença, estas manchas se necrosam, ocorrendo um rompimento (rasgado) característico no limbo foliar.
Na face inferior (abaxial) da folha, sobre as lesões de coloração negra brilhante, a bactéria produz exsudatos de consistência oleosa, o que dá um aspecto molhado a lesão, principalmente nas primeiras horas do dia. Analisando as diferentes cultivares, pode-se observar diferença de incidência e severidade do crestamento.
Outras duas bactérias podem infectar a soja, mas a maioria das cultivares apresenta características de resistência genética e causam danos pouco expressivos. A pústula-bacteriana (Xanthomonas axonopodis pv. glycines), causa sintomas semelhantes aos do crestamento, mas pode ser diferenciado por não apresentar manchas angulares e nem de superfície oleosa. Outra doença causada por bactéria é conhecida como fogo-selvagem (Pseudomonas syringae pv. tabaci), que causa secamento mais intenso de folhas e os danos são mais severos, porém sua ocorrência é mais rara.
Condições favoráveis
<
Períodos de alta umidade, com prolongado molhamento foliar, dias nublados, associados a temperaturas amenas (20 a 25 °C) são favoráveis ao desenvolvimento da doença. Ocorrência de ventos fortes ou chuvas pesadas podem favorecer por abrir pequenas fissuras nas folhas que favorecem para entrada da bactéria. Sob essas condições a doença pode evoluir e atingir maiores severidades. Para que a infecção ocorra é necessário prolongado molhamento foliar, assim, períodos secos, com altas temperaturas desfavorecem a doença e ela acaba não evoluindo.
Desafios ao manejo
Há necessidade de se estimular estudos com indutores de defesa como forma preventiva de se controlar ou minimizar os danos causados pelo Crestamento bacteriano, que é muitas vezes confundido por muitos como doença fúngica. De maneira geral, os fungicidas apresentam pouco ou nenhum efeito no controle de crestamento-bacteriano, sendo importantíssimo a correta diagnose a campo para prevenir aplicações desnecessárias.
Controle
Hoje, o Brasil com expressividade mundial de produtividade em soja não pode deixar essa doença em segundo plano. Para a manutenção dos altos índices de produtividade, indica-se:
– Uso de cultivares resistentes;
– Uso de semente proveniente de lavoura livre do patógeno;
– Rotação de culturas com espécies não suscetíveis;
– Uso de produtos registrados para a cultura, como por exemplo o oxicloreto de cobre. Por ser um produto protetor, utilizar de forma preventiva.