- Neste material você vai conhecer um pouco mais sobre:
- A Antracnose
- Epidemiologia
- Sintomatologia
- Controle
A antracnose, também conhecida olho-de-passarinho, é causada pelo fungo ascomiceto Elsinoe ampelina (fase teleomórfica), Sphaceloma ampelinum (fase anamórfica). É considerada uma das mais importantes doenças que atingem a cultura da videira (Vitis vinifera). Os primeiros relatos da ocorrência da doença no Brasil foram após a introdução da cultivar Isabel e de outras cultivares americanas no país (Souza e Pinheiro, 1996).
Epidemiologia
A antracnose pode atingir todos os tecidos verdes das plantas (folhas, caule, inflorescências, gavinhas, frutos). Os tecidos mais jovens são os mais sensíveis, e a medida que ficam mais velhos se tonam mais resistentes. A temperatura e a umidade são as duas principais variáveis que afetam o desenvolvimento da doença no campo.
O fungo causador da antracnose é capaz de sobreviver em uma ampla faixa de temperatura que vai de 2 a 32°C (Botelho et al., 2009). A infecção ocorre em até 7 horas de melhoramento foliar, que depende da temperatura. Os primeiros sintomas da ocorrência de antracnose podem aparecer 7 dias após a infecção. De um ano para outro, o fungo sobrevive em sarmentos, gavinhas e restos culturais. A doença é dispersada em curtas distâncias pelo vento e pela chuva, e a longas distâncias pelo uso de materiais vegetativos contaminados. Em casos de severa severidade, pode ser comprometida a safra do ano, e a dos próximos, já que o vigor das plantas é prejudicado (Naves et al., 2010).
Sintomatologia
Sintomatologia em folhas
Nas folhas a doença pode ser verificada através do surgimento de manchas castanho-escuras no limbo, levemente deprimidas, que podem formar se tornar furos (Figura 1). Já na nervura (Figura 2), pecíolos (Figura 3), e ramos é observada pelo aparecimento de cancros de contorno irregular, que podem provocar desenvolvimento irregular dos tecidos foliares.
Sintomatologia nas bagas
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Nas bagas é possível observar lesões necróticas deprimidas, com coloração casto-escura, circundada por um alo avermelhado.
Controle
O controle eficiente da doença depende de um conjunto de estratégias. Depois do estabelecimento da doença o controle fica dificultado, desta forma, é recomendado que sejam tomadas ações preventivas, desde a escolha do local para implantação da cultura.
- Uso de cultivares resistentes;
- Construção de quebra ventos;
- Utilização de material de propagação livre de doenças;
- Adubação equilibrada;
- Eliminação de partes da planta infectadas;
- Tratamento de inverno: Uso de calda bordalesa e calda sulfocálcica;
- Tratamento de primavera: Aplicação de fungicidas sistêmicos e protetores, desde a brotação.
Referências
BOTELHO, R. V.; MAIA, A. J.; PIRES, E. J. P.; TERRA, M. M. Efeito do extrato de alho na quebra de dormência de gemas de videiras e no controle in vitro do agente causal da antracnose (Elsinoe ampelina Shear). Revista Brasileira de Fruticultura, 31:96-102, 2009.
NAVES, R.L.; GARRIDO, L.R.; SÔNEGO, O.R.; FORCHESATO, M. Antracnose da videira: sintomatologia, epidemiologia e controle. Circular técnica 69. Bento Gonçalves, RS. Dezembro, 2006.
SOUZA, J. S. I.; PINHEIRO, E.D. Pragas e moléstias. In: SOUSA, J. S. I. Uvas para o Brasil. 2. ed. rev. e atual. Piracicaba: FEALQ, 1996. p. 609-727.