Neste material, você vai conhecer um pouco mais sobre a anatomia foliar, como o sistema vascular (xilema e floema) e a relação dos processos de absorção, transporte e perdas de água pela planta, com a folha.
Anatomia da folha
A folha apresenta duas faces, a face adaxial (parte superior) e a face abaxial (parte inferior), sendo basicamente formadas por um sistema dérmico (epiderme), um sistema fundamental (mesófilo) e um sistema vascular (feixes vasculares). Veja a seguir as especificações e características do sistema vascular.
O sistema vascular das folhas
O sistema vascular das folhas compreende as nervuras das folhas e divide-se em xilema e floema. Na grande maioria das folhas, podemos observar os feixes com o xilema voltado para a face adaxial e o floema voltado para a face abaxial. Os feixes podem estar circundados por células parenquimáticas ou esclerenquimáticas, que formam a chamada bainha do feixe.
As nervuras dispõem-se de maneira diferente em cada tipo de folha. Nas dicotiledôneas, por exemplo, predomina o padrão de venação reticulado ou ramificado, em que surgem nervuras de menor calibre a partir de uma maior (Figura 1). Na maioria das monocotiledôneas as nervuras são paralelas e apresentam calibre semelhante.
O xilema e o floema
O xilema está relacionado com a condução de água e nutrientes inorgânicos da planta, além de armazenar algumas substâncias e atuar junto ao esclerênquima e ao colênquima na sustentação do corpo do vegetal. O floema é essencialmente um tecido relacionado com o transporte de substâncias orgânicas, principalmente aquelas produzidas pela fotossíntese.
A folha e os processos de absorção, transporte e perdas de água pela planta
A transpiração é o mecanismo pelo qual as plantas perdem água na forma de vapor, existente nos espaços intercelulares, para a atmosfera através dos estômatos. O movimento da água é feito por difusão e depende do gradiente de concentração e das resistências impostas pelo seu percurso. O gradiente de concentração de vapor de água é calculado pela diferença de concentração de vapor de água na folha pela concentração de vapor de água no ar.
A resistência ao percurso é oferecida pelos estômatos e pelo ar estacionário que se encontra junto à superfície foliar. Isso depende da velocidade do vento e da morfologia da planta. A planta perde ainda água por um processo de evaporação de água da superfície do mesófilo, em que a água é puxada para os interstícios, devido às propriedades de adesão da água. Devido à elevada tensão superficial da água que se estabelece à custa da evaporação, o raio de curvatura da superfície ar-água diminui.
O gradiente de pressão hidrostática gerado na folha é a força motriz para o movimento de água pelo xilema da raiz até as folhas, que é um movimento em fluxo de massa. O gradiente de pressão hidrostática é gerado à custa de uma tensão criada nas folhas — pressão negativa. Isso vai originar a entrada de solutos no xilema, que desencadeiam uma diminuição do potencial de água nas células da raiz, fazendo com que a água entre por osmose para o sistema radicular da planta. Pelo xilema, a água estabelece um movimento no sentido acropetal ascendente, partindo das raízes até as extremidades da folha.
Importante!
Diversos aspectos da anatomia foliar estão diretamente relacionados com a interação existente entre o produto aplicado, seja o fungicida, o inseticida ou o herbicida e a planta.
A característica da superfície foliar irá ter influências sobre a deposição, retenção e taxa de absorção. A cutícula surge como principal obstáculo a ser ultrapassado, sendo composta basicamente por ceras e cutina.
A hidratação dessas camadas irá definir significativas influências na passagem, principalmente para os produtos com características mais polares. Após passar pela cutícula, o produto poderá chegar ao mesófilo. No mesófilo, poderá mover-se principalmente via espaços intercelulares (apoplasto) e atingir locais próximos da gota depositada. O apoplasto também é um meio hidratado e sofre significativas influências de variáveis ambientais.
Referências
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