O correto diagnóstico da espécie de nematoide envolvida é feito pela análise de amostras de solo e raízes em laboratório especializado, visando conhecer as densidades populacionais destes organismos no solo, na fase de pré-plantio e em fases posteriores de desenvolvimento da cultura. Com isso, pode-se preventivamente reduzir os prejuízos, antes do plantio, bem como amenizar as perdas em caso do nematoide já estar instalado na lavoura.
A coleta de amostras deve ser feita preferencialmente em época chuvosa, coletando solo e raiz da rizosfera de pelo menos 10 a 15 touceiras de cana-de-açúcar por talhão homogêneo de até 5 ha para a formação de uma amostra composta. É recomendável que talhões maiores que 5 ha sejam subdivididos, para que a amostra composta não represente área superior a esta. A amostragem pode ser realizada em cana planta como em soqueiras.
Em áreas a serem reformadas, a amostragem pode ser realizada de dezembro a março, antes do último corte, adotando-se o mesmo critério citado anteriormente. Em áreas sem plantas, com solo já preparado, a amostragem pode ser realizada plantando uma variedade suscetível, conhecida como planta isca (de preferência entre setembro e dezembro) de modo que a mesma possa vegetar e se desenvolver por um período superior a 60 dias. Antes do plantio da cultura definitiva na área, as “iscas” devem ser arrancadas para compor a amostra a ser analisada.
Durante a coleta em campo, as amostras devem ser mantidas na sombra, de preferência em caixas de isopor. A remessa ao laboratório deve ser feita o mais rapidamente possível, porém, se for necessário aguardar alguns dias (4 a 5) para o envio das amostras ao laboratório, elas podem ser mantidas em sala fresca, longe da luz direta do sol.
Manejo de nematoides na cana-de-açúcar
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De forma geral, o controle de nematoides não é uma tarefa fácil, necessitando da adoção de um conjunto de medidas de controle. Dentre as medidas, o uso de variedades resistentes a nematoides é a mais aconselhável, por não implicar custos ao produtor e riscos ao ambiente, pois a variedade resistente pode ser plantada em áreas infestadas por nematoide, sem a necessidade de outras medidas de controle. No entanto, não há variedades comerciais resistentes às espécies importantes para a cultura (M. javanica, M. incognita, P. zeae e P. brachyurus).
Dada a ausência de variedades comerciais resistentes a uma ou a mais espécies de nematoides, o manejo de áreas infestadas, tem se baseado principalmente no uso de nematicidas químicos/biológicos aplicados no plantio e/ou nas soqueiras. Atualmente temos vários nematicidas registrados para a cultura, com formulações liquidas ou granuladas.
Aliados aos nematicidas, a utilização de produtos à base de piraclostrobina, pode ser uma alternativa, pois em trabalhos realizados em áreas infestadas com M. incognita, têm evidenciado aumento de produtividade agrícola provavelmente pela indução de resistência.
Outra tática de manejo que pode ser utilizada é o emprego da rotação com culturas com amendoim, crotalárias, guandu, mucunas e labe-labe, que podem ser consideradas no controle desses patógenos, dependendo do nematoide alvo, durante o período de que ocorrerá a renovação do canavial. Somada a essa tática de manejo, a incorporação de resíduos orgânicos e o revolvimento do solo, parecem ser boas alternativas para as áreas infestadas, para se diminuir o a população inicial do nematoide e consequentemente os danos causados.