Neste material você vai ficar informado sobre a doença que vem atacando muitas lavouras de soja no Paraná, o míldio.
Saiba como prevenir e controlar o míldio.
O míldio da soja
(Peronospora manshurica)
O míldio na soja é considerado uma doença secundária pela baixa frequência de ocorrência e dano reduzidos em termos produtivos.
No entanto, casos com alta severidade da doença têm sido verificados em algumas regiões do Paraná, fato que tem preocupado os produtores, muito provavelmente em função do clima chuvoso, intenso molhamento foliar e temperaturas amenas entre 18 e 22 °C.
As fotos abaixo foram registradas em duas cutlivares em estádio V7/V8 que estão em áreas de soja sobre soja, com plantio de aveia/azevém no inverno. O local sofreu incidência de chuvas, manhãs com temperaturas amenas (17°C), com bastante orvalho, chegando a 27°C durante a tarde.
A ocorrência do míldio prejudica a produtividade
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A transmissão do míldio pode ser de diversas formas: via sementes contaminadas, através de esporos disseminados pelo ar de plantas remanescentes ou áreas com ocorrência da doença, ou ainda de esporos produzidos pelas estruturas de resistência do fungo que fica na área.
Assim, essa doença pode ocorrer logo cedo na cultura ainda no estádio vegetativo.
Nesse caso, o atraso no início das aplicações de fungicidas na soja ou o uso de produtos com baixa ação sobre o fungo pode favorecer a ocorrência do míldio.
Caso a doença ocorra ainda no estádio vegetativo, e não for controlada, poderá atingir maiores severidades.
Em cultivares suscetíveis e clima favorável a doença pode evoluir e induzir grandes perdas de área foliar e queda antecipada de folhas, o que poderia ser responsável por danos próximos a 10% na produtividade.
Como controlar o míldio?
O controle do míldio, após a cultura estabelecida, é alcançado com uso de fungicidas corretamente selecionados. Dentre estes, o mais eficiente e com registro para soja é o clorotalonil.
Acredita-se que outros fungicidas multissítios, como oxicloreto de cobre e mancozebe, também tenham ação de controle sobre míldio na soja, já que são bastante utilizados no controle de míldio em outras culturas. Tanto o oxicloreto de cobre como mancozebe também tem registro para a soja.
Dentre os fungicidas sistêmicos as estrobilurinas mostram boa ação sobre míldio em outras culturas, como na videira. Triazóis apresentam baixa eficácia, e não se tem dados de eficácia de controle com carboxamidas.
Atenção!
Vale lembrar que os fungicidas multissítios, como o clorotalonil, por serem não-sistêmicos terão boa ação preventiva sobre tecidos sadios.
Sobre lesões já formadas a ação será reduzida, já que a esporulação do fungo se dá na face abaxial da folha.
Nesse caso, as aplicações terão maior efeito na proteção das folhas sadias remanescentes e baixo poder curativo em lesões já estabelecidas.