Potássio: um nutriente essencial
O potássio (K) é um nutriente essencial para as culturas e determinante para altas produtividades. O elemento está relacionado à tolerância a estresses bióticos e abióticos, qualidade das sementes e grãos. Quando em falta, resulta em plantas mais suscetíveis a períodos de estresses, como seca, temperaturas extremas, ao ataque de pragas e doenças.
O potássio também é um elemento importante no processo de formação de nódulos fixadores de Nitrogênio, assim como no controle de doenças fúngicas como a seca da vagem e da haste (Phomopsis), crestamento foliar ou mancha púrpura das sementes (Cercospora kikuchii) e cancro da haste (Diaporthe phaseolorum f.sp. meridionalis).
O potássio é o segundo elemento mais requerido pela cultura da soja. Esse nutriente fica apenas atrás do nitrogênio (N). Na cultura da soja, para cada tonelada de grãos produzidos, a demanda por K pela planta é de aproximadamente 38 kg ha-1 de K2O e, deste total, 20 kg ha-1 são retiradas das lavouras com os grãos de soja. Dessa maneira, é preciso repor o K exportado pelas colheitas da soja.
Sintomas de deficiência nas plantas
O potássio é um nutriente móvel no floema e, juntamente com o nitrogênio, fosforo e magnésio, é o mais prontamente redistribuído, via floema, de partes velhas da planta para órgãos novos em crescimento, vegetativos ou reprodutivos, que são drenos preferenciais no desenvolvimento das plantas.
Através dessa redistribuição das folhas mais velhas para as folhas mais novas, a deficiência de potássio pode ser visualizada:
- Primeiramente, nas folhas mais velhas, com clorose internerval;
- Seguida de necrose nos bordos e ápice das folhas velhas, apresentando numerosos pontos pequenos de cor marrom, dando a planta uma aparência manchada;
- As manchas se expandem e coalescem para necrose marrom claro de formato irregular.
Além da redução de rendimento, lavouras com deficiência de potássio:
- Produzem grãos pequenos, enrugados e deformados com baixo vigor e poder germinativo.
- As plantas podem apresentar haste verde, retenção foliar e vagens chochas.
Quando os sintomas de deficiência de K forem visíveis em reboleiras, é provável que as áreas próximas sem sintomas, estejam sendo afetadas também, o que conhecemos por “fome oculta”.
Recomendação de potássio na soja
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Adubação de potássio no sulco ou a lanço?
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Com a utilização de altas doses e aumento das áreas de plantio direto nos últimos anos, ocorreram algumas mudanças nas formas de aplicação desse nutriente.
A adubação potássica pode ser realizada tanto no sulco de semeadura, quanto a lanço. A aplicação a lanço antes da semeadura é recomendada preferencialmente em solos de textura argilosa, com teores médios e altos de K.
No sulco de semeadura, devido ao alto índice salino, alguns cuidados são recomendados na utilização deste fertilizante. Não deve ser aplicado doses superiores a 80 kg ha-1 de K2O. Esse manejo visa reduzir os riscos do efeito salino sobre a germinação das sementes, principalmente em condições de estresse hídrico.
Em solos arenosos, não deve ser aplicado no sulco de semeadura doses superiores a 50 kg ha-1, devido a problemas com lixiviação. O restante deve ser aplicado à lanço, de acordo com as necessidades de potássio que ainda faltam na cultura, com base na recomendação.
Cuidados com solo arenosos (<40% de argila) e baixa CTC! Quando aplicar a lanço?
Riscos de fitotoxidade com a aplicação a lanço
Após a aplicação a lanço de cloreto de potássio, em pós-emergência da cultura da soja, é possível visualizar o adubo suspenso em algumas folhas. Alguns sintomas de fitotoxidade podem ser visualizadas, devido ao efeito salino do adubo em contato com a folha.