Neste material você vai ter acesso a informações sobre o nematoide de cisto da soja (Heterodera glycines):
- Principais regiões de ocorrência.
- Meios de sobrevivência e disseminação do patógeno.
- Descrição dos sintomas e danos na cultura.
- Métodos de manejo integrado.
Ocorrência
No Brasil, teve seu primeiro relato na safra 1991/1992. Presente em 10 estados brasileiros (MG, MT, MS, GO, SP, PR, RS, BA, TO e MA).
Estima-se que a área com esse nematoide seja de aproximadamente 3,0 milhões de há, possui 11 raças (1,2,3,4,4+,5,6,9,10,14 e 14+) distribuídas conforme a figura abaixo:
Sobrevivência e disseminação
Sua sobrevivência se dá através dos cistos que podem permanecer no solo, na ausência de planta por aproximadamente 8 anos.
Sua disseminação é por transporte de solo infestado, que pode ser por implementos e maquinários agrícolas, sementes mal beneficiadas contendo partículas de solo aderidas, pelo vento, água e até por pássaros ao se alimentar de algo presente no solo acabam ingerindo os cistos.
Sintomas
São de fácil visualização, sistemas radiculares atacados observarem-se fêmeas na fase adulta na superfície das raízes, com a coloração branca/amarelada com um formato de limão.
Após ser fertilizada cada fêmea produz de 100 a 250 ovos armazenando a maior parte deles em seu corpo. Após a sua morte, seu corpo se transforma em uma estrutura altamente resistente, á deterioração e dessecação, apresenta uma coloração marrom escuro denominado cisto (figura 3 e 4). Devido á intensa ação do nematoide nas raízes as plantas exibem um aspecto de deficiência nutricional, porte reduzido e em muitos casos poucas vagens.
Danos
O nematoide do cisto da soja Heterodera glycines, é responsável por perdas na ordem de 10 a 30%.
No entanto, dependendo do tipo de solo e da densidade populacional, podem atingir até 70%.
Este nematoide tem preferência por solos arenosos ou médio arenoso.
Estratégias de manejo
A erradicação de Heterodera glycines, é praticamente impossível, e as práticas de manejo são onerosas.
Dentre as ferramentas que auxiliam o produtor no convívio com esse nematoide estão:
- Uso de cultivares resistente
- Rotação ou sucessão com plantas não hospedeiras
- Plantio direto
Bibliografia consultada
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