Neste material você vai conhecer aspectos essenciais a uma aplicação de elevada qualidade como:
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Momento correto de aplicação do defensivo agrícolas
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Processo de formação de gotas: importância da calibração do espectro
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Como fazer a calibração?
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Pontas de pulverização e o tamanho de gotas
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Qual o tamanho de gotas ideal?
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Gota de máxima eficiência técnica: como atingir a melhor relação entre deriva e penetração no dossel
A Tecnologia de Aplicação (T.A.) é o emprego de todos os conhecimentos científicos que proporcionem a correta colocação do produto biologicamente ativo no alvo, em quantidade necessária, de forma econômica, com o mínimo de contaminação de outras áreas (MATUO, 1998). Esse é o conceito clássico empregado nesta atividade que engloba muito além do equipamento trabalhado, como também o conhecimento do alvo e da gota mais eficiente para maior assertividade da técnica.
O alvo é o objeto que será atingido pelo processo de aplicação e possui características variáveis em função da mobilidade, forma, tamanho, posição, etc. Por este fato, o conhecimento da biologia do alvo é fundamental para o sucesso de controle, devendo o produto ser aplicado no momento de maior exposição do mesmo (Figura 1). Além disso, ele pode ser atingido diretamente, quando a gota com o ingrediente ativo (i.a.) atinge diretamente o alvo no momento da aplicação ou indiretamente, quando a gota atinge a planta e é redistribuída – produtos com características de sistemicidade – mantendo sua atividade letal sobre o alvo que virá entrar em contato.
Momento correto de aplicação do defensivo agrícola
Uma das atividades mais complicadas da T.A. é definir e seguir o momento correto de aplicação do defensivo agrícola. Esta complexidade ocorre em função de três fatores que acontecem associados: o alvo já mencionado; a cultura, pois essa nova geração de defensivos agrícolas presente no mercado, possui alta interação com a atividade fisiológica da planta, facilitando a absorção e translocação, o que aumenta a área protegida pelo produto aplicado; a condição climática, onde situações de vento, temperatura e umidade relativa na hora da aplicação, são decisivas para aumentar o tempo de vida da gota e facilitar a penetração e absorção do i.a. pela folha.
Processo de formação de gotas: importância da calibração do espectro
Com base nestas informações, é fundamental o entendimento do processo de formação de gotas que quebra o volume de líquido contido no tanque em um grande número de partículas (gotas). A ação de quebra pode ser através da força centrífuga (atomizador rotativo) ou hidráulica (trator). Esse último varia o tamanho de gota de acordo com a pressão com que o líquido passa no orifício da ponta de pulverização. Assim, para uma mesma ponta podem ser produzidas gotas médias a grossas, em baixas pressões, e gotas finas a muito finas, em altas pressões. A unidade do tamanho de gotas é a micra (µ), que corresponde a 0,001mm e sua medição torna-se altamente necessária para ajudar o técnico na escolha correta para determinada operação. Desta forma, é possível evitar perdas e aumentar o potencial de penetração e cobertura de folhas com o produto apenas com a calibração para produzir a gota correta.
Como fazer a calibração?
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A medição do espectro de gotas é realizada através do valor do DMV (Diâmetro Mediano Volumétrico), que representa o diâmetro de gota que divide o volume pulverizado em duas partes iguais, ou seja, metade do volume é constituída por gotas maiores que o DMV e metade por gotas menores que o DMV (Figura 2). Nota-se que o valor DMV está situado mais próximo do limite superior das classes de diâmetro, pois o volume de poucas gotas grandes equivale ao de muitas gotas pequenas (ONORATO et al., 2006).
Pontas de pulverização e o tamanho de gotas
O tamanho da gota é classificado e categorizado de acordo com um padrão internacional, permitindo que comparações sejam feitas entre diferentes tipos de pontas de pulverização. A classificação do tamanho de gotas é uma tarefa que vários órgãos desempenham, porém dois deles são os mais conhecidos e utilizados, a Associação Americana de Engenheiros Agrícolas e Biólogos (ASABE) e o Conselho Britânico de Proteção de Cultivos (BCPC). A ASABE atualizou recentemente a norma S572.1 que inseriu as categorias de gotas “Extremamente fina” e “Ultra grossa”, alterando alguns intervalos entre as outras categorias já conhecidas (Figura 3). Essa norma fornece padrões específicos para medição de gotas e é a mais utilizada porque trabalha com um conjunto de pontas de pulverização de referência para normalizar dados e eliminar diferenças de interpretação quando comparados dados estatísticos. Sem estes parâmetros, seria impossível tecnicamente escolher a melhor gota ou a melhor ponta de pulverização e, tampouco, compará-las. Além disso, é possível trabalhar com grande parte dos equipamentos do mercado, pois a gota desejada pode ser produzida pela maioria das pontas de pulverização ou atomizadores através da calibração.
Qual o tamanho de gotas ideal?
É fundamental o entendimento desses intervalos de tamanho de gotas, quando relacionamos os potenciais de perdas das gotas diminutas e dificuldade de atingir o alvo com gotas maiores. Dessa forma, gotas grossas (> 218 µm) são boas para regiões com vento, devido ao efeito anti-deriva, porém possuem penetração deficiente no dossel da cultura, não sendo recomendados para fungicidas, inseticidas e herbicidas de contato. Já gotas finas (< 136 µm) promovem boa penetração de gotas no interior do dossel cobertura foliar, entretanto são altamente vulneráveis ao arraste pela deriva (Figura 4). Aliado a isso, o tamanho da gota que é produzida pela ponta de pulverização, não permanece do mesmo tamanho quando atinge o alvo, reduzindo em até três vezes (Figura 5).
Gota de máxima eficiência técnica
Como atingir a melhor relação entre deriva e penetração no dossel
Baseado neste conjunto de informações é possível chegarmos à conclusão que há um espectro de gotas com uma relação agronômica muito eficiente, entre a menor perda por deriva e maior penetração e cobertura de folhas. Portanto, o objetivo é buscar a calibração do equipamento para produzir a Gota de Máxima Eficiência Técnica (M.E.T.) (Figura 6), respeitando as particularidades de sistemicidade de cada classe de defensivo agrícola.
Os herbicidas são divididos em sistêmicos que possuem movimentação do i.a. via xilema e floema, não necessitando de grande número de gotas/cm2, podendo ser trabalhados com intervalo de tamanho de 250 µm. Já herbicidas de contato, possuem movimentação limitada na planta e, por isso, precisam de maior cobertura de gotas/cm2, sendo mais adequado o intervalo de tamanho de 200 µm. Por outro lado, inseticidas e fungicidas possuem movimentação muito mais limitada dentro da planta e, dependendo do grupo químico de alguns fungicidas, podem movimentar-se via xilema à curta distância. Nestes casos, o intervalo para a gota M.E.T. varia de 200 µm (condições adversas) a 150 µm (condições ideais) para fungicidas e inseticidas (Figura 7).
Especialmente para alvos menores, como fungos e insetos, o terço inferior da planta possui alta dificuldade para ser atingido, haja vista a densidade de folhas formada após o fechamento das entre linhas. Com isso, há uma deficiência de deposição de produto no terço inferior, chegando em torno de 2 gotas/cm2, justificando a deficiência de controle desses alvos. Ao passo que no terço superior, chegam em torno de 270 gotas/cm2 causando deposito de i.a. em excesso direcionando a possíveis eventos de fitotoxicidade, especialmente com o grupo dos triazois e triazolintionas em situações de estresse hídrico e térmico pela planta (Figura 8).
Levando em consideração os pontos abordados, buscamos sempre a maior eficiência de penetração e cobertura de defensivos agrícolas, bem como o aumento da vida útil da gota e a redução de sua perda. Dessa forma, a calibração correta do equipamento para produzir a gota de M.E.T. direciona à maior assertividade do controle fitossanitário da lavoura, e em muitos casos, sem a necessidade de aquisição de novas pontas de pulverização.