Planejamento: o primeiro passo é a escolha da variedade, que deve ser adequada para a região, favorável ao clima e de alto potencial produtivo. Durante o planejamento é preciso calcular a quantidade de alimento necessário para fornecer aos animais, e sempre considerar as perdas que ocorrerão ao longo do processo. Além disso, deve-se definir qual o tipo de silo (trincheira, superfície, bolsa, fardo), assim como a quantidade de material a ser ensilado e qual o tamanho dos silos. Deste modo será possível dimensionar o silo e calcular a quantidade de material a ser plantado.
Colheita: para colher no momento mais adequado é preciso definir a concentração de matéria seca do material. O milho deve ter de 30 a 35% de matéria seca, isso é, quando contém açúcar suficiente para gerar a fermentação. Verificar o estágio de maturação no grão auxiliará a definir o momento certo de colheita. A altura de corte do milho deve ser entre 15 a 30cm do solo, sendo que quanto maior a altura, maior a proporção de grãos e melhor a qualidade da silagem. Durante a colheita, é importante estabelecer o tamanho do material picado, que deve estar entre 10 a 20mm. Partículas grandes dificultam a compactação e aumentam a oxidação, enquanto partículas pequenas prejudicam a ruminação, ocasionando distúrbios no metabolismo dos animais.
Inoculação: os inoculantes são produtos que contêm bactérias homofermentativas que auxiliam em uma fermentação mais eficiente, além de bactérias heterofermentativas, que promovem maior estabilidade aeróbia após a abertura do silo. Essas bactérias aceleram a queda do pH, evitando o crescimento de microrganismos indesejados e reduzindo a perda de matéria seca, fazendo com que o material ensilado atinja um alto valor nutritivo para os animais.
Enchimento e compactação: quanto maior for a compactação da forragem, menor será a quantidade de oxigênio presente no material, e menor a proliferação de microorganismos aeróbios. Recomenda-se que cada camada tenha de 15 a 30cm, e que o enchimento seja feito o mais rápido possível, pois quanto mais rápido o silo for fechado, menor será o tempo de contato do material com o oxigênio. Durante esse processo, deve-se evitar que as rodas dos tratores se contaminem em contato com o solo. Esporos de clostridios presentes na terra causam deterioração no alimento e podem causar doenças no trato digestivo dos animais. O tempo ideal para compactação deve ser igual ou superior a 20% do tempo de colheita, e o peso dos tratores usados na compactação deve equivaler a 40% do peso da forragem transportada a cada hora.
Vedação: uma vedação bem feita evita a entrada de oxigênio e deterioração da silagem. Assim, é recomendado utilizar filmes feitos com polímeros capazes de barrar a entrada de oxigênio. As lonas plásticas comuns não são resistentes ao pisoteio e aos danos causados por animais, como pássaros e roedores. Além disso, são permeáveis, gerando altas perdas por oxidação e o crescimento de fungos e leveduras prejudiciais aos animais. As perdas no topo do silo podem atingir cerca de 35cm da superfície, e se não forem descartadas, causarão distúrbios metabólicos nos animais.
Abertura: a silagem poderá ser oferecida aos animais após 30 dias do fechamento, pois durante esse período de fermentação, houve a redução do pH e da temperatura. Para reduzir a deterioração aeróbia durante o descarregamento do silo recomenda-se avançar uma “fatia” diária de pelo menos 30 cm.
Análise: após o processo de silagem, recomenda-se analisar a qualidade do alimento. É possível verificar o nível de compactação através da densidade do silo, porcentagem de matéria seca, temperatura e pH atingido e a quantidade de deterioração no topo. A coleta de amostras fornece dados como a distribuição do tamanho das partículas, valor nutritivo da silagem, e produtos obtidos durante a fermentação.
Referências:
<https://www.kws.com/br/media/download-informativo/kws_br_manualdesilagekws.pdf>