As escalas fenológicas tem por objetivo descrever e caracterizar os estádios de desenvolvimento das culturas de forma clara e padronizada, unificando a linguagem entre os produtores, técnicos e pesquisadores. As escalas são ferramentas importantes durante a execução das práticas culturais, auxiliando na tomada de decisão ao longo da safra. No caso do algodão, por exemplo, saber o momento certo de se realizar a adubação, ou de iniciar a aplicação de reguladores de crescimento é fundamental para alcançar bons índices de produtividade. Além disso, conhecer os estádios fenológicos da cultura auxilia no levantamento populacional e na identificação de insetos-praga e incidência de doenças, elementos essenciais para realizar o manejo integrado de pragas e doenças.
Por ser uma planta de crescimento indeterminado, o algodão possui uma morfologia mais complicada se for comparada a outras culturas de grãos como o milho, soja e feijão, por exemplo. Os estádios de crescimento e desenvolvimento do algodão são determinados de acordo com suas fases fenológicas, sendo elas:
Vegetativa
V0: período entre a emergência da plântula até que a nervura principal da primeira folha verdadeira atinja 2,5 cm de comprimento.
V1: a partir do final de V0 até que a segunda folha verdadeira tenha 2,5 cm de comprimento.
V2: a partir do final de V1 até que a terceira folha verdadeira tenha 2,5 cm de comprimento.
Vn: Aplica-se o mesmo critério considerado nas fases anteriores, até o surgimento do primeiro botão floral.
Figura 1. Emergência do algodão e desenvolvimento das folhas.
Formação de Botões Florais
B1: inicia-se quando o primeiro botão floral se torna visível na planta.
B2: quando surge o primeiro botão floral no segundo ramo reprodutivo da planta.
B3: aparece o primeiro botão floral no terceiro ramo frutífero da planta, sendo que ainda é possível visualizar o segundo botão floral no primeiro ramo reprodutivo.
Bn: as indicações seguem o mesmo padrão até a abertura do primeiro botão floral.
Figura 2. Formação dos botões florais.
Florescimento
F1: inicia-se com a abertura do primeiro botão floral no primeiro ramo reprodutivo.
F2: ocorre a abertura do primeiro botão floral no segundo ramo reprodutivo.
Fn: segue-se o mesmo padrão, à medida em que ocorre a abertura dos botões florais nos ramos reprodutivos da planta, até a transformação em maçã.
Abertura dos Capulhos
C1: inicia-se com a abertura da primeira maçã localizada no primeiro ramo reprodutivo, dando origem ao primeiro capulho.
C2: ocorre a abertura da primeira maçã do segundo ramo frutífero.
Cn: observa-se o surgimento dos capulhos seguindo os mesmos critérios anteriores.
Figura 4. Abertura dos capulhos, mostrando a pluma do algodão.
Conclusão
Conhecer a fenologia do algodoeiro é essencial, pois facilita a orientação técnica durante o manejo em campo e auxilia na tomada de decisão ao longo do desenvolvimento da cultura, garantindo bons índices de produtividade.