Neste material você vai ter acesso a informações sobre os principais fungos que são transmitidos via sementes à cultura do trigo, tais como:

• Bipolaris sorokiniana (mancha marrom)

• Dreschslera tritici-repentis (mancha parda)

• Fusarium graminearum (giberela)

• Stagonospora nodorum (mancha das glumas)

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 As sementes dos cereais de inverno, especialmente o trigo, podem ser colonizadas por microrganismos patogênicos, responsáveis por consideráveis perdas no rendimento de grãos.

Do ponto de vista sanitário, a semente ideal seria aquela que fosse livre de qualquer patógeno indesejável.

Principalmente nas condições de cultivo do Sul do Brasil, onde os fatores climáticos influenciam na qualidade das sementes produzidas.

A maioria das doenças importantes dos cereais de inverno é causada por patógenos transmitidos por sementes.

No trigo, temos como patógenos mais importantes, transmitidos por sementes, os fungos Bipolaris sorokiniana, Drechslera tritici-repentis, Fusarium graminearum e Stagonospora nodorum, causadores, respectivamente, da mancha marrom, da mancha parda, da giberela e da mancha das glumas.

Bipolaris sorokiniana (mancha marrom)

 A mancha marrom, causada pelo fungo Bipolaris sorokiniana, ocorre principalmente nas regiões tritícolas mais quentes do país.

A doença pode ser encontrada em trigo, cevada, centeio e triticale.

Os sintomas iniciais são lesões necróticas pardas nas primeiras folhas, em consequência da transmissão a partir das sementes. A transmissão do fungo da semente para as extremidades apicais dos coleóptilos e plúmulas é de 75% (REIS e FORCELINI, 1993).

Dreschslera tritici-repentis (mancha amarela ou mancha parda)

 É comumente denominada mancha amarela da folha devido aos halos amarelos que circundam as lesões ou mancha parda, porque a região central apresenta a coloração parda.

A disseminação a longa distância é via semente, porém, a partir de restos culturais infectados, as plântulas emergentes são inoculadas através do vento.

Fusarium graminearum (giberela)

É a forma assexuada da Gibberella zeae, por isso a doença é conhecida como giberela. É mais frequente em regiões quentes, onde a floração coincide com longos períodos de chuva.

A ocorrência e a intensidade da doença têm aumentado em função da adoção generalizada do plantio direto. Tal fato tem propiciado um aumento na incidência do fungo em sementes.

As aristas arrepiadas são o sintoma mais característico e de mais fácil reconhecimento da doença.

Em clima úmido e quente, a espigueta infectada apresenta-se rósea, especialmente na base e bordos das glumas.

Das doenças de cereais de inverno esta é a de controle mais difícil.

Stagonospora nodorum (mancha das glumas)

Embora denominada mancha da gluma, a doença manifesta-se em outros órgãos da planta como folhas, colmos, espiga (glumas, aristas e ráquis) e sementes.

As sementes infectadas constituem-se numa das principais fontes de inóculo da doença, podendo permanecer viáveis por mais de sete anos (SUTTON e WATERSTON, 1966).

Nas folhas os sintomas iniciais são manchas irregulares de coloração marrom claro com halo violáceo, muitas vezes semelhante aos sintomas da mancha marrom induzida por Bipolaris sorokiniana.

Quando há um ataque severo, a espiga apresenta coloração marrom escura com as aristas arrepiadas, chegando a não produzir sementes.

A grande maioria dos patógenos citados pode ser detectada em testes de patologia de sementes, por isso é importante sua realização. Assim, é possível escolher o melhor tratamento e diminuir a fonte do inóculo.

Literatura consultada

REIS, E.M.; FORCELINI, C.A. Transmissão de Bipolaris sorokiniana de sementes para órgãos aéreos do trigo. Fitopatologia Brasileira,18: 76-81. 1993.

SUTTON, B. C.; WATERSTON, J. M. Leptosphaeria nodorum. CMI Description of Pathogenic Fungi and Bacteria. 1966.